— Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil |
Mais de 16 milhões de pessoas vivem em favelas e comunidades urbanas espalhadas por todo o Brasil, sendo que 43,4% desse total está concentrado na Região Sudeste. Esses números revelam que, a cada 100 brasileiros, 8 residem nas 12.348 favelas identificadas em 656 municípios.
Esses dados fazem parte de um suplemento do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é a primeira vez, desde 1991, que o IBGE adota o termo "favela" para se referir a essas comunidades.
O IBGE classifica favelas e comunidades urbanas como localidades caracterizadas pela insegurança jurídica da posse, pela oferta precária ou insuficiente de serviços públicos, por padrões urbanísticos irregulares e pela ocupação de áreas com restrição ou risco ambiental.
Se todas as favelas do Brasil fossem um estado, ele seria o terceiro mais populoso do país, ficando atrás apenas de São Paulo (44,4 milhões de habitantes) e Minas Gerais (20,5 milhões).
O levantamento aponta que o Estado de São Paulo tem a maior população de favelados do Brasil, com 3,6 milhões de pessoas, seguido por Rio de Janeiro (2,1 milhões), Pará (1,5 milhão) e Bahia (1,3 milhão). Juntos, esses quatro estados concentram mais de 50% da população que vive em favelas no país.
A favela mais populosa do Brasil está no Rio de Janeiro. A Rocinha, em 2022, tinha 72.021 habitantes. Em seguida estão Sol Nascente, em Brasília (DF), com 70.908 moradores, e Paraisópolis, em São Paulo (SP), com 58.527 habitantes.
Na lista das 15 favelas mais populosas do Brasil, Beiru/Tancredo Neves ocupa a 10ª posição, com 38.871 moradores, e Pernambués é a 11ª, com 35.110. Ambas estão localizadas em Salvador, na Bahia.
Belém é a capital com a maior proporção de moradores em favelas
Belém é a capital com a maior proporção de população vivendo em áreas de favela no Brasil. A cidade tem 1.303.403 habitantes, dos quais 745.140 (57,17%) residem em 214 favelas. Em 2025, Belém será sede da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas.
Em 2022, Salvador tinha 1.370.262 moradores em favelas, o que correspondia a 42,7% da sua população. A cidade concentra 45,8% das 572 favelas da Bahia, ocupando a terceira maior proporção entre as capitais, atrás apenas de Belém (PA) e Manaus (AM). As 310 favelas restantes estão espalhadas por 27 dos 417 municípios baianos.
Proporção de moradores em favelas por estado
O Amazonas tem a maior proporção de habitantes vivendo em favelas: 34,7%, o que significa que quase um em cada três moradores do estado reside em alguma comunidade. O Amapá vem em seguida, com 24,4%, e o Pará tem 18,8%. Outros estados com uma proporção superior à média nacional (8,1%) incluem Espírito Santo (15,6%), Rio de Janeiro (13,3%), Pernambuco (12%), Bahia (9,7%), Ceará (8,5%), Acre (8,3%) e São Paulo (8,2%).
Distribuição regional dos moradores de favelas
Na distribuição por regiões, 43,4% dos moradores de favelas estão no Sudeste, totalizando 7,1 milhões de pessoas. O Nordeste concentra 28,3% (4,6 milhões), o Norte 20% (3,3 milhões), o Sul 5,9% (968 mil) e o Centro-Oeste 2,4% (392 mil).
Nas 26 grandes concentrações urbanas do país, que são as regiões metropolitanas com mais de 750 mil habitantes, vivem 83,6 milhões de pessoas, das quais 13,6 milhões residem em favelas, ou seja, 16,2%. Isso representa o dobro da proporção do Brasil como um todo (8,1%).
As grandes concentrações urbanas com maior proporção de moradores em favelas são Belém (57,1%), Manaus (55,8%), Salvador (34,9%), São Luís (33,2%), Recife (26,9%) e Vitória (22,5%). O Rio de Janeiro ocupa a 11ª posição (14,8%) e São Paulo a 13ª (14,3%).
Características das favelas brasileiras
O levantamento do IBGE também revelou que 72,5% das favelas brasileiras têm até 500 domicílios, enquanto 15,6% possuem de 501 a 999 domicílios, e 11,9% têm mais de mil domicílios. No total, o IBGE identificou 6,56 milhões de domicílios em favelas, o que representa 7,2% do total de lares no Brasil. Desses, 5,56 milhões são classificados como domicílios particulares permanentes ocupados (DPPO), onde moram 99,8% da população das favelas.
(Bahia Notícias)