O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (28), e renovou o maior valor nominal da história: R$ 5,9891. Ao longo do pregão, a moeda americana bateu os R$ 6 pela primeira vez na história. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,0029.
O mercado financeiro repercutiu o detalhamento do pacote de corte de gastos do governo federal e do plano de isenção do Imposto de Renda para contribuintes que ganham até R$ 5 mil.
Nesta manhã, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do Planejamento, Simone Tebet, e da Casa Civil, Rui Costa, realizaram uma coletiva com jornalistas para explicar mais detalhes do pacote anunciado na véspera.
As medidas, anunciadas por Haddad em um pronunciamento em rede nacional, preveem um corte de gastos de R$ 70 bilhões em 2025 e 2026. Entre as ações, estão uma limitação para o crescimento do salário mínimo, restrição para o abono salarial e uma alíquota de até 10% de imposto para pessoas que ganham mais de R$ 600 mil por ano.
Além do pacote de corte, o governo também propôs isentar o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Atualmente, o limite de isenção é de R$ 2.824.
O anúncio, no entanto, teve sabor agridoce para o mercado financeiro. Isso porque apesar de ter cumprido com a economia esperada, a isenção do IR ainda pode ter um alto custo para o governo.
Segundo o presidente do Bradesco Asset, Bruno Funchal, apesar de o pacote de corte de gastos ter ido na direção correta, com uma série de medidas positivas, houve uma reação negativa dos preços no mercado.
“Talvez o impacto em si seja um pouco aquém do que se esperava e certamente do que é necessário, mas está na direção correta. Mas ele acabou tendo, em paralelo, o anúncio da revisão da tabela de IR, que traz um risco fiscal relevante e acabou trazendo uma percepção de risco maior no mercado”, explica o executivo.
Dólar
O dólar fechou em alta de 1,30%, cotado a R$ 5,9891. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,0029