(Por Achel Tinôco)
A justiça, mas que justiça? Ah, sim, a justiça que condenou uma cabeleira à prisão por manchar de batom uma estátua, no 8 de janeiro? Ou será a justiça que liberou cabral, andré do rap, dirceu e cia? Não, a justiça que acaba de absorver a Samarco e a BHP em relação ao rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, em 2015, que resultou na morte de 19 pessoas e centenas e centenas de famílias foram obrigadas a abandonar suas casas, causando impactos significativos no Espírito Santo, amém, e até no arquipélago de Abrolhos, na Bahia, oxente! Lembram-se do caso? Porque no Brasil é assim: no dia do ocorrido, a imprensa faz aquelas matérias lindas, que até um cão começa a ladrar, e todos choram, entristecem e gritam por “justiça”; passada uma semana, ainda se ouve ao longe algum lamento, mas como decerto já aconteceu outra tragédia, essa em questão vai ficando para trás, até que aconteça o que aconteceu, ou seja, ninguém é punido, ninguém paga nada, e a culpa volta-se para as próprias vítimas que não deviam estar ali. Pois foi assim que a Justiça Federal absolveu tudo e todos e todas e todes. Faltou evidências, ela diz, certamente as imagens, as mortes, as desgraças não são evidências que comprovem a responsabilidade criminal das empresas e dos donos destas. Como foi a JBS e como foi com Odebrecht e outras. Todo mundo inocentado, afinal se faz preciso investigar outra tragédia, desta vez um homem louco se explodiu na frente da “justiça”, com um traque e umas bombas de São João. Este sim, tão célere como morreu, foi julgado e condenado, antes mesmo de ser enterrado, afinal perturbou o sono da corte.
Para Platão, filósofo grego, “a justiça era a distribuição igualitária de direitos a todos os indivíduos, e que um governo justo deveria ter a mesma base de igualdade. Para ele, o justo era aquele que ocupava o seu lugar na sociedade de acordo com a sua aptidão”. Mas isso era coisa de Platão. Para nós, a justiça é tão somente o que Deus possa nos conceder.
Por ACHEL TINOCO
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